A Microsol sempre inovou em soluções 100% adequadas para o mercado brasileiro
Ficamos tristes recentemente quando finalmente o domínio www.microsol.com.br parou de funcionar. Ao tentar acessá-lo, aparece a mensagem abaixo:
Microsol agora é APC by Schneider Electric
A Microsol, fabricante de condicionadores de energia com mais de 25 anos de história de sucesso, foi adquirida pela APC by Schneider Electric, líder mundial em soluções de energia e refrigeração.
Dessa união, concluída em 2009, surgiu uma empresa mais forte, com cobertura em todo o território nacional, que investe constantemente em inovação tecnológica, e atende a seus canais de venda e clientes com excelência.
A experiência global da APC aliada à flexibilidade da Microsol em atender às necessidades do mercado brasileiro geram valor aos clientes, que podem contar com uma gama completa de soluções e serviços reconhecidos por sua qualidade e desempenho.
Não nos entenda mal. Adoramos a APC também, e ficamos felizes por uma empresa do porte deles ter adquirido a Microsol. Mas a Microsol tinha uma chama e simpatia próprias que brilharam no mercado brasileiro durante mais de 2 décadas!
Meu primeiro contato com a Microsol foi na época do computador pessoal MSX, e bota 20 anos nisso. O MSX era um computador doméstico, planejado em conjunto pela Microsoft e pela ASCII japonesa, e vendido aqui pela Gradiente (Expert) e Sharp (HotBit). Ele fez enorme sucesso no Brasil, mas ainda tinha periféricos amadores — por exemplo, era preciso salvar dados em… fita cassete!
O sucesso do MSX foi tanto que ele começou a ser cogitado para uso profissional. A Microsol viu uma oportunidade e — presto! — nascia a primeira unidade de disquete de 5 1/4 para MSX. Parece alegórico hoje, mas naquela época, foi uma verdadeira revolução no uso do MSX — se bem me lembro, nem no Japão a linha tinha ganho um periférico desta monta.
Ali se iniciavam duas grandes tradições da Microsol: 1) Construir equipamentos para abordar necessidades genuinamente Brasileiras e 2) Que sempre esquentavam pra caramba. A superfície do drive fritaria um ovo, tranquilo — mas funcionava! Costumávamos brincar dizendo que, como a Microsol era de Fortaleza, aquela devia ser a temperatura ambiente deles, por isso que sempre passava na homologação…
E não foi só a unidade de disquete que eles fizeram, mas também o sistema operacioanl, talvez o primeiro nacional do seu tipo: O SOLX-DOS, que era uma adaptação do MSX-DOS. E isso abriu as portas para outros periféricos de uso profissional, como o cartão de 80 colunas (O MSX era usado primariamente ligado a uma TV comum, com apenas 40 colunas em modo texto. A Gradiente chegou a fazer um monitor vídeo composto monocromático, muito bom, diga-se de passagem, e o cartão de 80 colunas da Microsol se encaixava como uma luva nessa combinação).
Tudo isso eu tive, mas enfim, a época do MSX passou e perdi contato com a empresa por um bom tempo. Até que, já na MicroSafe, vi o anúncio na traseira da revista PC’s (outro clássico de época) de um novo produto da MicroSol, o MIE – Módulo Isolador Estabilizado. O aparelho resolvia um problema típico nacional: Falta de aterramento decente nas casas. Ora, sem aterramento, a eficácia de no-breaks e até mesmo filtros de linha é totalmente comprometida, e como a qualidade da nossa energia era “chocante” (perdoe o trocadilho) e, atualmente no Rio de Janeiro, tem bueiro até voando, estava ali mais um produto feito sob medida para o Brasil.
Imediatamente entrei em contato com eles: Primeiro, porque eu também tinha o problema da falta de aterramento na minha própria casa (Se você tem um No-Break da APC, dependendo do modelo, ele tem uma luz que indica “Fault Wiring”. Se ela acender, você tem este problema) e segundo porque era a chance de trabalhar com uma empresa da qual eu era fã desde a época do MSX.
Dito e feito, adquirimos o MIE, que melhorava as duas tradições da Microsol estabelecidas acima em todos os sentidos: 1) O produto era simplesmente sensacional, cumpria tudo que prometia, e rendeu um artigo no mais famoso site e comparação de preços do Rio de Janeiro, o BoaDica (veja o artigo original aqui) e 2) Como não podia deixar de ser, este tinha várias funções: Estabilizador, aterramento, aquecedor e aparelho de musculação em só produto — porque esse, além de esquentar, PESAVA horrores. Também costumávamos brincar dizendo que a Microsol era tão avançada, que usava tecnologia de Anã Branca (astros com massa concentradíssima) em seus produtos, pois nunca vi um aparelho tão pequeno ser tão pesado…
O sucesso do produto foi tão grande, mas tão grande, que a um dado momento, recebemos a visita do próprio Presidente da Microsol, o Sr. Valdelírio Soares. Lembro até hoje, lá pelos idos de 2005, quando ele nos disse que a MicroSafe, sozinha, foi responsável por “apresentar” a Microsol a todo o sudeste, e éramos o “nome” do MIE no mercado. Além de tudo, como todo Nordestino, o Sr. Valdelírio era uma pessoa extremamente simpática e cordial, que fazia questão de conhecer pessoalmente quem trabalhava com ele. Lição de vida para qualquer um.
Isso nos encheu de orgulho, porque nunca foi a nossa intenção galgar ou conquistar estes postos. Divulgamos o produto porque era bom, era brasileiro, tinha um preço mais do que justo e era um pouco hermético a quem mal percebia que tinha necessidade dele.
Estes não foram os 2 únicos sucessos da Microsol, muito pelo contrário (e a propósito, toda linha Microsol vai continuar sendo vendida pela APC, que aos poucos, vem reintroduzindo todos os produtos ao mercado). Mas foram os que mais marcaram a história da MicroSafe. No final, foi uma empresa de sucesso, que chegou a ter fama internacional e atraiu, com sua competência, uma das maiores empresas de energia do mundo.
Senta a pua, Microsol! Sua históriafoi um barato. Temos orgulho em ter participado dela, pelo menos um pouquinho. E agora ela continua, com seus produtos sendo vendidos por ninguém menos do que a APC, outra empresa que também admiramos e respeitamos. Acreditamos que o legado da Microsol está em mãos excelentes.