Vai comprar um Kindle Fire para usar no Brasil? Leia antes este post!
Em alguns posts de 2011, dissemos que o Kindle Fire (O tablet Android de 7″ da Amazon, de US$ 199) apontava o caminho para uma segunda faixa de mercado em tablets, e poderia não concorrer diretamente com o iPad, mas sim, dividir o mercado com ele. O iPad ficaria com o usuário que concorda em pagar US$ 499 em um tablet poderoso e praticamente sem aspectos negativos, e o Kindle Fire abocanharia o usuário casual, que deseja apenas ler seus eBooks, acessar a Internet e rodar alguns jogos e aplicativos.
Dissemos tudo isso bem antes do lançamento do Kindle Fire neste post. Dito e feito: o Fire foi o maior sucesso da Amazon em anos, e vendeu mais de 2 milhões de unidades em apenas 15 dias! Estou incluído nesta estatística, e agora divido um pouco da minha visão a respeito do produto em alguns artigos que vou segmentar, para que não fiquem muito grandes.
Antes disso: e o Samsung Galaxy Tab, o eterno concorrente direto do iPad, onde fica em tudo isso? Ele ainda precisa apresentar números mais expressivos, mas a Samsung acaba de lançar no Brasil o modelo P7500, que é uma versão de 10″ deste Tablet, já com 3G incluso, por um preço muito competitivo, e um marketing bem humorado, em cima da Apple. Confira. as características e os comerciais do produto. Se vai ser o suficiente para virar o jogo, não sei, mas parece ser uma das melhores alternativas “não iPad” em tablets de 10″.
Nota: nesta série de artigos, não é minha intenção descrever as características do Kindle Fire. Isso pode ser visto no site da própria Amazon. O que vou falar abaixo é sobre a minha experiência de uso com ele na prática.
Kindle Fire: Bom, Bonito, Barato… e “Bloqueado”
A primeira informação que você deve ter sobre o Kinde Fire é que ele, de tablet Android, só tem a camada de funcionamento interna. Por cima disso, a Amazon construiu uma interface proprietária, que é até boa, mas extremamente amarrada aos produtos e serviços da própria Amazon.com.
Primeira restrição: Aplicativos
No Kindle Fire, você não tem acesso ao Android Market (o site de aplicativos para Android do Google) para instalar o aplicativo que quiser nele (no início, nem sequer o site do Android Market carregava no Kindle Fire. Depois do update 6.21, isso foi resolvido, mas não serve pra coisa alguma, pois nativamente, não há como instalar qualquer aplicativo do Market a partir da Web). Você ficará limitado aos aplicativos que conseguir baixar da Amazon AppStore, uma loja de aplicativos da própria Amazon, similar ao Market, que já vem integrada ao Fire.
Um lado positivo da Amazon AppStore é que ela coloca um aplicativo pago, por dia, para ser baixado em sua versão completa, gratuitamente (A Amazon chama de “Free App of the Day”. Aparece em destaque, logo que você entra na Amazon AppStore).
E não é só aplicativo meia boca, não, embora de vez em quando apareça. Já baixei Apps famosos como Angry Birds, Fruit Ninja, Monopoly (a versão original do Banco Imobiliário, da Hasbro) e assim por diante, todos em sua versão completa, sem gastar um centavo. O difícil é aparecer um aplicativo de produtividade…
Só tem um detalhe: eu não grifei “conseguir” à toa aí em cima. Quando você compra um Kindle Fire na Amazon, ele fica vinculado à sua conta na Amazon.com. E se esta conta não tiver associada a ela um cartão de crédito gerado nos Estados Unidos, você não consegue baixar sequer aplicativos gratuitos da Amazon AppStore! Dá uma mensagem de erro, exigindo que o cartão esteja cadastrado, ou caso esteja, que o mesmo seja dos EUA. Não adianta colocar cartão gerado no Brasil e cadastrar endereço dos EUA pra ele no site da Amazon.com, o teste é feito em cima do número do cartão.
Portanto, se você comprou seu Kindle na Amazon.com, para usá-lo no Brasil, de início, não vai conseguir instalar qualquer aplicativo nele, sem o número de um cartão de crédito gerado nos EUA. E como conseguir um cartão destes não é opção para muita gente, seu tablet, só com apps nativos, vira um lindo peso de papel assim que você o compra…
Se você não tem acesso a um cartão de crédito comum, gerado nos EUA, existem 2 maneiras de resolver este problema (Agradeço ao sempre prestativo José Modena, que me ajudou a chegar no caminho abaixo!)
- Adquira um GIFT CARD americano. Sabe aqueles cartões pré-carregados com valores que se compra em qualquer programa de incentivo (Multicash, etc), como se fosse cartão de débito? Nos EUA, isso é vendido em qualquer mercadinho, pré-carregado com valores de $5 em diante. O cartão em si custa $5 e você paga o valor que quiser carregar nele. O pulo do gato é que, lá fora, ele tem exatamente a forma e os dados de um cartão de crédito comum! Portanto, ao comprar o Kindle, compre também um cartão destes, no valor que quiser, e pode cadastrá-lo como o cartão da sua conta do Kindle na Amazon. Foi assim que resolvi. Eu comprei um cartão de US$ 20 (paguei $25, portanto, e fiquei com crédito de $20, somente para o caso de querer realmente comprar alguma coisa com ele), e cadastrei-o na conta. Assim consigo baixar aplicativos normalmente – mas somente da Amazon AppStore, o que limita bastante minhas opções. Mas por enquanto, estou satisfeito com este caminho. Problema: é difícil comprar este tipo de cartão online. Uma saída, caso você não esteja em viagem pelos EUA, é pedir para um amigo fazer isso para você, e enviar pelo correio (mandando os dados antes do cartão por email, para adiantar);
- Desbloqueie o Kindle Fire. Existe um processo, que não vamos indicar (existem diversos tutoriais na internet para isso), que dá privilégios de administrador (“root”) a usuários do Kindle, abrindo o caminho para transformá-lo em um Tablet Android comum, onde você poderá instalar o Market e baixar aplicativos à vontade. O processo não é tão simples como poderia ser, e tem um porém: a atualização do Kindle é sempre automática. Você conecta o WiFi, e ele se atualiza, não há como impedir isso (Aprenderam com a Apple, pelo jeito…). Ou seja: mesmo que você desbloqueie o Kindle Fire, na próxima atualização do mesmo, ele voltará a ficar “bloqueado”, e você precisará repetir todo o processo;
Em um próximo artigo, falo mais sobre outros aspectos do Kindle Fire, mas posso adiantar que minha experiência com ele tem sido bastante positiva e agradável. Caso tenha interesse em um aspecto particular do produto, não deixe de opinar nos comentários!
Update 13/02/2012: Mais informações sobre o registro do Gift Card para usar no Kindle
O Leonardo Souza pediu uma foto do Gift Card acima como referência. Como o Blog da MicroSafe é pra vocês, taí:
O José Modena pediu para adicionar as seguintes informações sobre o registro do Gift Card:
“Ficou faltando apenas um detalhe sobre a utilização do gift card americano na conta da Amazon. Se você utilizar o Vanilla Visa Gift Card, é preciso ir ao site do Vanilla Visa (www.vanillavisa.com), entrar com os dados do cartão, clicar em registrar cartão e entrar com um Zip Code americano (Dica MicroSafe: use o Zip Code da própria Amazon!). Após isso, o cartão fica vinculado a um endereço americano e você pode voltar ao site da Amazon e colocar o endereço. Sem essa etapa, o cartão não funciona na Amazon.
Se alguém for seguir esse procedimento, recomendo que use o Vanilla Visa, já que não tenho certeza se outros cartões gift card funcionarão.”
UPDATE 14/02/2012: Link para comprar o VISA Vanilla Gift Card online
O leitor Rogério Martins, nos comentários abaixo, encontrou um Gift Card da American Express para compra online no Walmart.com. Como o Josér Modena já havia dito que era melhor usar os da VISA (cuja foto está acima, e eu uso no meu Kindle com sucesso), encontrei exatamente o mesmo modelo para compra no Walmart:
http://www.walmart.com/ip/Visa-25-Gift-Card/16513374
Quem viaja para os EUA pode simplesmente encomendar o cartão acima (ou outros, de valor inferior ou superior, se quiser, basta pesquisar na mesma loja) para entregar no hotel. Resta saber apenas se mandam para o Brasil. Quando acabar os créditos do meu, vou testar, mas como até hoje não usei centavo algum dele, vai demorar…