Steve Jobs renuncia como CEO da Apple
Sei que todos estão tristes com as circunstâncias na qual Steve Jobs precisou renunciar ao cargo de CEO da Apple (Nós, inclusive). Mas a primeira coisa em que pensei foi: Pronto, a notícia sobre o encerramento da divisão de tablets e smartphones da HP virou passado. Agora, só vai se falar em Jobs. E como a biografia dele está pra sair, só vai dar Apple até o fim do ano.
Este post tenta mostrar como é importante não esquecermos do que vem acontecendo em 2011 no mercado de TI, justamente para dar a devida importância à saída de Jobs.
Isto porque o mundo inteiro, agora, vai escrever 2 textos basicamente iguais sobre a saída de Jobs: Um sobre a vida e obra dele (“Steve Jobs foi um visionário”, “Sua batalha contra o câncer nos inspira”, “O homem que levou a Apple ao topo”, etc) e outro falando do futuro da Apple (provavelmente, em tons desnecessariamente apocalípticos, para poder vender jornal). Este post não precisa ser mais uma destas mensagens.
E sim, lembrar que agosto está sendo um mês infernal para a TI mundial, com as notícias sobre a HP, e agora, sobre a Apple. A reação esperada à renúncia de Jobs é que as ações da empresa caiam, como sempre acontecia toda vez que Jobs ensaiava uma saída. Esperamos que isso não aconteça agora. Queremos a fábrica da Apple no Brasil, e o que menos precisamos agora é de um abalo nas finanças da matriz. Não deve ter sido à toa que a carta de renúncia de Jobs foi divulgada apenas depois do encerramento da NASDAQ. Esta quinta-feira promete ser bem agitada…
Na verdade, 2011 não está sendo fácil. Sem desconsiderar a insubstituível perda de vidas humanas, logo no início do ano, a tragédia no Japão abalou a fabricação de componentes, aumentou preços, mas, principalmente… atrapalhou bastante quaisquer cronogramas de lançamentos de grandes empreas. Alguém mais reparou que 2011 está sendo um ano praticamente sem grandes novidades em nosso mercado? Pois é. Em termos de “grandes acontecimentos”, consigo me lembrar do iPad 2, do Chromebook, do Google+… e só (isso, claro, deixando de fora Nintendo 3DS e outros gadgets da área de entretenimento — que também foi morna, se tanto). Este ano parece um grande “Mais do mesmo. E não reclama”.
Talvez por isso mesmo a maior notícia bomba embutida na saída de Jobs seja que perdemos a aura de um dos últimos gênios inquietos e provocadores à frente da Apple. Apenas esta imagem de alguém que jamais se acomodava na cadeira ou em cima dos louros conquistados fazia todo o mercado de TI se mexer!
Pois se o Google chamou um sócio fundador de volta às rédeas por ser criticado por falta de inovação, com certeza, é porque sentiu a pressão da dúvida de alguém como Jobs baforando em sua nuca. E é por isso que não estou preocupado com o futuro da Apple, pois Jobs já estava afastado da empresa desde Janeiro/2011.
Mas sim, com o que vai ser de Facebook, Microsoft e Google, sem aquele ar de “o que será que ele está tramando?” para incomodá-los. E por tabela, o que será de nós… É pra se pensar.
Tudo de bom a você, Steve. A TI mundial foi melhor enquanto você esteve à frente dela.