Windows 8 e Microsoft em caminhos cada vez mais separados da Intel criam uma oportunidade para a AMD
Se você ainda não leu todas as notícias sobre o Windows 8 que rolaram esta semana, recomendo uma passada no Facebook do superbacana Abel Alves. E se quiser baixar uma versão alfa, ainda com bugs, colocamos o link para download em nosso Facebook.
Já tínhamos falado antes no Blog na posição interessante que a Intel se encontra no mercado. Líder absoluta do mercado de PC’s há mais de 20 anos, a ascensão da mobilidade finalmente criou um mercado de tamanho — e principalmente, capacidade de expansão — maior que o dos processadores para computadores. E a Intel está praticamente de fora dele.
O que me chamou a atenção ontem foi que tanto a conferência Build, da Microsoft (onde praticamente só se falou de Windows 8 e mobilidade) e o Intel Developer Conference aconteceram ao mesmo tempo — em eventos separados.
Nem tanto tempo atrás assim, eventos significativos das 2 empresas possuíam, no mínimo, algum tipo de sinergia. Um puxava a brasa para a sardinha do outro. Agora, a mensagem da Microsoft é clara em pregar para todos os tipos de público.
Não que eu esteja preocupado com o futuro da Intel. Também não sou da turma que acha que os PC’s estão condenados, que os tablets irão dominar, etc… já ouvi essa conversa mole na época em que os notebooks começaram a se popularizar, e os Desktops, 10 anos depois, continuam aqui, firmes e fortes.
Eu acho, sim, que tem espaço para todo mundo no mercado. E mais importante, acho que essa “separação” do Windows 8/Microsoft da Intel pode ser extremamente benéfica para a AMD, se ela souber aproveitar este vácuo.
O fato é que, por motivos que me escapam até hoje, o mundo corporativo jamais aceitou muito bem o processador AMD. Empresas, por definição, não gostam de arriscar com nada que não seja o cúmulo do mainstream, e até hoje, isso significava “processador Intel”. O que, cá entre nós, é extremanente injusto para com a AMD. Quem se lembra do 386 DX40, da AMD, o primeiro processador top de linha a preço mais do que justo? Foi um sucesso fenomenal na época.
Talvez — e aqui sou eu especulando — justamente a dupla “Wintel” tenha sido a grande culpada disso. A “associação” da Microsoft com a Intel era tão forte, que executivos de empresas só se sentiriam seguros rodando a plataforma corporativa mainstream – Windows – no processador associado – Intel.
Bem, senhores. A própria Microsoft agora está fazendo — e mais importante, promovendo abertamente — o seu SO principal para rodar em processadores ARM, um animal completamente diferente de tudo que o Windows já rodou antes. E ontem mostrou que está realizando eventos inteiros sequer mencionando a Intel.
Uma das conclusões lógicas é que, se algum executivo ainda imaginava que o código do Windows “era feito para rodar com mais eficiência em processadores Intel”, o Windows 8 acaba definitivamente com esta idéia, pois seria o mesmo que dizer que todos os esforços para rodar em ARM ficariam abaixo do que se conseguiria com Intel.
LOGO, se a AMD souber construir um momentum de hoje até o lançamento do Windows 8, pode se posicionar finalmente como um processador de confiança para o mercado corporativo, ao trabalhar a idéia acima.
E você? Acha que o mercado tem cisma com a AMD?